segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Baía de Todos os Santos.

A BAÍA DE TODOS OS SANTOS

A Baía de Todos os Santos é um mar de 972 Km2 entre o Oceano Atlântico e o continente. Sua grandeza deu nome ao Estado da Bahia, cuja história começa com o próprio descobrimento do Brasil, com a chegada dos portugueses a Porto Seguro em 1500. Mas a história da identidade baiana começa em 1º de janeiro de 1501, quando uma esquadra de reconhecimento chega a imensa baía no dia abençoado e dedicado a Todos os Santos: foz de 21 rios, 30 ilhas, duas grandes baías internas (Iguape e Aratu), muitas enseadas e todo esse conjunto harmonioso, adornado por uma exuberante vegetação tropical. Aí se firmou, em 1549, a cabeça administrativa e o braço armado da América portuguesa, com a fundação de Salvador, capital do Brasil por duzentos anos.
Costuma-se dizer que a Baía de Todos os Santos é o berço da cultura baiana, mas sua importância vai muito além. Foram suas águas que permitiram que se chegasse ao interior, através de inúmeras rotas nessa imensa hidrovia, fundamental para a circulação de riquezas, especialmente a cana-de-açúcar e gêneros alimentícios , para o abastecimento de Salvador. Inspirado nas embarcações portuguesas para pesca de sardinha, surge o saveiro e toda uma indústria náutica , para atender ás necessidades de transporte.
A Baía de Todos os Santos é palco privilegiado de lutas pela independência do Brasil. E também nessas circunstâncias os saveiros vão compor frotilhas leves para o combate. Igrejas de inspiração renascentista, majestosas, fortificações, engenhos, a arquitetura residencial, as ruínas do Imperial Instituto de Agricultura da Bahia das Lages, testemunham a importância histórica do Recôncavo, como é chamada a região no entorno de Salvador.
A partir de meados deste século, a Baía de Todos os Santos começa a sofrer violentos impactos, que abalam seu equilíbrio e alteram profundamente seu ecossistema.
A abertura de novas estradas e o desenvolvimento automobilístico desativam a articulação navegação/ferrovia. Instalam-se indústrias, ainda sem qualquer planejamento estratégico, e intensificam-se processos de urbanização em Salvador e em seus subúrbios ferroviários.
A pressão demográfica leva à expansão periférica, com o surgimento de favelas como Alagados, na enseada dos Tainheiros, estendendo-se mais tarde até a Enseada do Cabrito.
Nos anos 70,o processo de industrialização se intensifica, não só em Salvador, sobretudo na região metropolitana, agora envolvendo produtos químicos.
O crescimento populacional é acelerado, sem a correspondente instalação de equipamentos de infra-estrutura, principalmente esgotamento sanitário e limpeza urbana.A ocupação desordenada do solo, o esgoto, o lixo e os desmatamentos levaram ao desequilibroi ecológico, que afeta a saúde dos moradores da região, a fauna e a flora marítima e terrestre da Baía de Todos os Santos.

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