segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Subúrbio de Salvador

SUBÚRBIO DE TODOS OS BAIRROS

ESTAÇÃO DO LOBATO: à estação de foi denominada com o nome do famoso escritor Monteiro Lobato, e foi o local do primeiro poço de ouro negro (petróleo).
Monteiro Lobato; fundou a primeira editora, a Companhia Editora Nacional e a Companhia Petróleo do Brasil, acreditava que deveríamos Ter independência petrolífera.
Foi no bairro de Lobato, onde o engenheiro Manuel Ignácio Bastos localizou o primeiro poço de petróleo do Brasil, em 1933. Em 1937, uma sonda do Conselho Nacional do Petróleo (CNP), confirmou a existência de petróleo em Lobato. O poço de prefixo L-3 (Lobato) foi o primeiro poço produtor de petróleo no Brasil, concluído em dezembro de 1939.

PLATAFORMA: quando a ferrovia se instalou, em 1860, foi construída uma plataforma para facilitar o embarque e desembarque de passageiros, o que provavelmente deu nome ao lugar.
Manuel Francisco de Almeida Brandão foi proprietário de uma fábrica de chapéus panamenhos, 1891, na década de 30, passou a pertencer à família de Martins Catarino. Ainda hoje uma parte da população de Plataforma paga prestações pelos terrenos a essa família, também dona de fazendas em outros bairros do subúrbio
A PONTE DE SÃO JOÃO: a ponte por onde passa o trem no bairro de São João começou a ser construída em 1944 mas só foi inaugurada em 1952. Durante o percurso da Calçada até Paripe as crianças esperam ansiosas a hora de passar na ponte, que mede 461m de comprimento.

ITACARANHA : nome de origem indígena (Tupi) que significa: Ita. – pedra ; Ranha – peixe, pedra que tem peixe.
No passado Itacaranha já foi um aldeamento da tribo Tupinambá. Esses índios foram expulsos (ou exterminados) de suas terras pelos colonizadores ( ou exterminadores) portugueses.

ESCADA: a Igreja de Nª Senhora de Escada fica no alto de uma colina em frente ao mar da baía de Todos os Santos. Há muito tempo que existe essa capela, provavelmente desde o final do século XVI. Sabe-se que foi construída nas terras que pertenciam a Lázaro de Arévelo.
O padre José de Anchieta esteve na Igreja no ano de 1566, para recuperar a saúde. Esse fato pode ser comprovado através de um documento que o padre Baltazar Fernando deixou no arquivo secreto do Vaticano (Itália) no ano de 1619.
Os estrangeiros que chegavam aqui logo percebiam que a brisa do Atlântico trazia o calor e a brisa do mar. Isso fazia bem a saúde e o bem estar.
A Capela de Nossa Senhora de Escada foi doada para os franciscanos, no ano de 1572.
Em 1576, serviu como esconderijo do senhor de engenho Sebastião da Ponte, protegido pelo Bispo Antônio Barreiros. Sebastião da Ponte estava sendo procurado para ser preso por ordem do rei. Ele havia ”ferrado”, ou marcado com ferro em brasa, um homem branco (como se fazia na mesma época, com os africanos e índios brasileiros escravizados). Houve um grande conflito, entre o Bispo Antônio Barreiros e o governador Luís de Brito Almeida, por esse acontecimento.
A história do Brasil também faz referência à Igreja de Escada como próxima ao local de desembarque de Maurício de Nassau e sua tropa, no dia 9 de abril de 1638. Eram os holandeses que tentavam em vão ocupar Salvador, com 3400 europeus e 1000 índios. Nos dias seguintes, Nassau apossou-se de alguns fortes, construiu trincheiras e baluartes (fortalezas de apoio). A guerra durou seis semanas, mas os defensores contaram com a ajuda da população, que mandava sem cessar, embarcações carregadas de farinha de mandioca de Camam para alimentar a tropa. Veio também muito gado de Itapicuru e do Real. Os holandeses tiveram que tocar em retirada de volta para Recife onde estavam instalados.
No século XVIII, a Igreja de Escada ganhou a imagem de Nossa Senhora, que ainda podemos ver detrás do altar. O altar que hoje existe foi instalado no século XIX. Desde a implantação da estrada de ferro, a paisagem foi prejudicada pelo corte dado à colina onde esta situada. No século XX, em 1957, o governo fez uma análise da Igreja para transforma-la em patrimônio nacional, um monumento para ser preservado e contemplado por todo o país. Em 1962, a Igreja estava quase em ruínas, nesta ocasião ela foi tombada, passou a ser patrimônio histórico do Brasil. A reforma só foi concluída em 1966.

PRAIA GRANDE: era o nome dado a todo o espaço que ia desde a Igreja de Escada até o porto de Paripe, chegada dos barcos que trafegavam toda baía. Ao longo de sua extensão ficavam as fazendas e o engenho do castelhano Francisco de Aguilar (começo de 1500).

COUTOS: o povoamento da região do subúrbio cresceu com a chegada da rede ferroviária. A concentração de habitantes se iniciava em cada estação acompanhando o traçado da linha férrea, e até a década de 1930, Plataforma, Periperi e Paripe possuíam as maiores populações do subúrbio.
O comércio e o aparecimento de outros serviços se deu a partir de 1955. A economia brasileira, na época, estava em transição para uma economia industrial. Houve um grande movimento com a chegada de pessoas que viam do interior para trabalhar na cidade. Em 1967, ocorreu a desativação do porto de São Roque, o que gerou a decadência do sistema de transporte de mercadorias através do mar.
Foi criada a Av. Suburbana, dois anos depois, para servir aos novos fluxos da economia. Houve um crescimento do número de pessoas nas localidades de Plataforma, Periperi, Coutos e Paripe.
A chegada do0 centro industrial de Aratu, em 1967 e depois com um novo impulso em 1972 e a criação das rodovias Br 116 e Br 101, na mesma época, aumentou ainda mais a população da região.
Em 1984 foi implantado o loteamento Fazenda Coutos para serem relocados os moradores
Das "Malvinas". Também contribuiu com a expansão do lugar o surgimento de duas grandes invasões: a de "Bate Coração" e Nova Constituinte.

PARIPE: Paripe é uma palavra Tupi que significa cercado para pegar peixe.
A região de Paripe se destacava pela fertilidade de suas terras que eram as melhores para se plantar. Logo no século XVI os Tupinambás foram afastados da baía. Fugiram, ficaram doentes aos milhares, muitos morreram. As terras em Paripe depois foram reviradas para o plantio de cana de açúcar, com o triste trabalho escravo. Transformadas depois em fazendas de gado e belíssimos pomares dos herdeiros dos antigos senhores, eram lugares de veraneio e começaram, em seguida, a abrigar também os trabalhadores que deixavam o interior e vinham para a cidade em busca de vida melhor. Depois da construção de estradas e das indústrias, mais trabalhadores foram morar no subúrbio até além de Paripe.

NOSSA SENHORA DO Ó: existe em Paripe uma igreja muita antiga, desde o tempo que chegaram os portugueses no Brasil. É a igreja de Nossa Senhora do Ó, situada num alto e abaixo algumas ruas formavam uma pequena vila a freguesia ou povoação de Paripe, a mais antiga da Bahia.
Temos notícias de que a igreja já existia em 1587, por ser citada no livro de Gabriel Soares de Souza, um senhor de engenho de açúcar. Ele escrevia sobre o Brasil para ganhar títulos e outros favores do rei da Espanha Felipe II, que então governava Portugal.

SÃO TOMÉ: os Tupinambás que moravam por ali contaram histórias de um antepassado (um tetravô de muito tempo atrás) chamado Maire-monam, conhecido também como SUMÉ. Esse herói visitava o lugar e deixava as pegadas marcadas numa pedra. Os antigos cronistas se referem a essa laje, situada ao pé do alto monte, onde está a igreja de São Tomé (e ficou São Tomé).
São Tomé foi um herói cristão, há quem acredite que esteve no Brasil. Ele foi um apóstolo seguidor de Jesus Cristo, que pediu várias provas para que acreditasse nos milagres que fazia; "Ver para crer". Para os jesuítas as marcas nas pedras foram deixadas por São Tomé em muitos lugares.

IGREJA DE SÃO TOMÉ: a igreja de São Tomé de Paripe, como a maioria das construções que os portugueses fizeram em Salvador, está situada no cume de um morro à beira do mar. Tem vista formosa da Baía de Todos os Santos.
O modelo de sua construção se assemelha ao tipo de tradição jesuítica de Portugal e do Brasil. É provável que tenha sido implantada pelos padres no século XVIII.
A fachada atual da Igreja não é original, existem restos de alvenarias antigas (paredes feitas com pedras), ao lado da "Epistole", que ficava ao lado direito do altar, e serve para ler as histórias dos apóstolos ou seguidores de Cristo.


ALDEAMENTO NA MATA ATLÂNTICA: sabe-se que no Subúrbio Ferroviário, na época da colonização, foram construídos aldeamentos nas proximidades da cidade para povoar a terra e aproveitar os índios para o trabalho de extração de madeiras ou nos engenhos. Para dominar os índios também na sua fé, os portugueses queriam catequizar, logo "o principal" como chamavam o cacique. Os mais velhos eram considerados importantes nas comunidades Tupi. Os índios eram ameaçados e levados em caravanas por soldados e bandeirantes para esses aldeamentos.
Em Paripe tinha um aldeamento que ficava junto a Igreja de São Tomé. Em Tubarão, tinha outro com o nome de São Sebastião, conhecido como Tubarão ou Ipiru (o nome desse peixe), que era também, como se chamava um bravo e admirado cacique Tupinambá. Em 1557, os índios do aldeamento fugiram, só ficando dois ou três "dispostos a fazerem o mesmo", conta um jesuíta da Companhia de Jesus.
No ano seguinte, em 1558, o aldeamento de São Sebastião, foi mudado par Pirajá e passou a se chamar São Tiago. Tinha muitos índios, contavam os padres que eram 400 almas.
Esse aldeamento se juntou com outro chamado São João, durante um tempo, para Ter mais terras. Depois, separou e voltou Ter o nome de São Sebastião. No ano de 1600, esse aldeamento tinha um colégio e um engenho de açúcar.
Nesse mesmo tempo, 1560, o Aldeamento de São João foi desfeito com a fuga de todos os índios. Depois foi reconstruído, em 1561, mais abaixo de Pirajá, onde é a atual Plataforma, e em 1564, já tinha uma igreja de pedra e mais de mil almas. Existiam nas redondezas mais de 13 ou 14 aldeamentos dirigidos pelo de São João.


REGO, José Carlos (org). Almanaque do Roda Pião, centro de educação ambiental São Bartolomeu. Salvador: Editora do Parque, 2001.

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